PARA ALÉM DOS NÚMEROS

A Diversidade sim importa! Após 8 meses do projeto “Women in Business”, que incluiu mais de 400 entrevistas estruturadas com destacadas Líderes Executivas em seus respectivos mercados, reforçámos nossa convicção sobre a validade desta afirmação. Este estudo forneceu valiosas informações, não só sobre o percurso e experiencias profissionais destas executivas de referência, como também sobre as lições de vida que contribuíram para suas trajetórias de sucesso até chegarem às posições de liderança que hoje ocupam.

Ficou mais do que comprovado que ambientes de trabalho diversos são, em sua maioria, inovadores, colaborativos, engajados e transparentes. Nesta seção de nosso estudo, abordaremos as lições aprendidas por todas estas líderes com quem tivemos o privilégio de conversar e que, em muitos casos, apresentam elementos comuns a muitas delas. Destacaremos também algumas de suas principais recomendações e conselhos para aquelas mulheres que se encontram na fase de construção de suas carreiras e que ambicionam, um dia, liderar uma Organização.

Não existe Diversidade sem políticas e práticas de inclusão. Sem elas não existirá equidade nas oportunidades.

Em seguida compartilhamos algumas das principais reflexões que pudemos recolher destes 8 meses de projeto:

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DIVERSIDADE

As mulheres acreditam e fomentam, de uma forma natural, a Diversidade nas suas próprias equipes e no ambiente que as rodeia e estão convencidas que dessa forma incentivam comportamentos de liderança eficazes, saudáveis para a organização e para o desempenho do próprio negócio.
  • A Diversidade não é uma meta. A Diversidade deve ser interiorizada por todos na organização e fazer parte da cultura, dos valores e da missão da própria empresa.
  • Um importante número de mulheres trabalha, hoje em dia, em um conjunto significativo de projetos pessoais associados à Diversidade.
  • A Diversidade não pode nem deve ser usada como uma bandeira de um qualquer movimento. A sua importância não se encontra numa vitória, mas sim na conquista do que a Diversidade representa nas sociedades contemporâneas.
  • Os ambientes organizacionais que respeitam e interiorizam a Diversidade são ambientes de maior atração e retenção de Talentos.
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RESILIÊNCIA

Constatámos que as mulheres não cedem facilmente as pressões externas em relação às suas carreiras e, uma vez que têm claro a direção que querem seguir, lutam por seus objetivos e por alcançar o lugar que as legitima como líderes.
  • Mulheres de sucesso são emocionalmente mais fortes, mais disciplinadas e orientadas aos resultados. Souberam desenvolver como ninguém sua resiliência e como equilibrar a vida familiar com a profissional.
  • A mulher, seja ela a líder de uma organização ou não, não deve ter medo de mostrar suas emoções ou esconder quem realmente é. A mulher agrega tanto quanto o homem em infinitas situações. A mulher não deve deixar de ser quem é ou se adaptar a um comportamento que não é o seu, somente para que sua opinião seja considerada.
As mulheres que ambicionam crescer, não devem ter receios de se atrever, de explorar, de procurar e de apontar a objetivos lá na frente
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LIDERANÇA

As mulheres lideram pelo exemplo e com total orientação para o desenvolvimento das pessoas; elas estão convencidas de que tudo é gerado com as pessoas, nunca sozinhas.
  • As mulheres delegam e estão abertas a contratar e se rodear de equipes talentosas e de alta performance.
  • Atuam com senso de urgência. São orientadas a executar e exercer uma liderança humanizada, empática e reflexiva que, para além disso, evolui à medida que aumentam as responsabilidades.
  • São intelectual e genuinamente honestas; dizem o que pensam e dão o exemplo daquilo que predicam. Não necessitam que lhes digam o que fazer e, no momento das decisões, decidem sem hesitações. “Ganhámos a confiança como comandantes no meio da tempestade, mostrando total controle da situação”.
  • Não existe lugar para arrependimentos ou vitimizações. A mulher não é nem nunca foi o “sexo frágil”; mas é necessário saber se posicionar sempre que for necessário e de acordo com as circunstâncias.
  • As mulheres executivas costumam desenvolver um estilo de comunicação direto e frontal, transparente, não hierárquico e empático. Todas elas coincidem na importância de que é necessário saber gerenciar melhor as emoções, o qual é importante na hora de criar uma relação positiva, direta e frontal com o ambiente que as rodeia. Isto não significa perder a parte emocional e o lado humano da relação, mas sim, através destas características inatas, ser ainda mais eficiente na Alta Direção.
Nós somos nosso principal obstáculo. Temos de acreditar mais em nós próprias.
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EQUILÍBRIO

A grande maioria das executivas com quem conversámos contou com o apoio incondicional de suas famílias para serem autônomas e independentes e, dessa forma, poderem tomar suas próprias decisões de vida e de carreira; este aspecto foi considerado como decisivo no desenvolvimento profissional de muitas delas. As executivas que tiveram esse apoio familiar apontam este fator como sendo determinante para o sucesso das futuras gerações.
  • A maioria das mulheres admite ter feito grandes sacrifícios pessoais e familiares, porém, também consideram que sem esses sacrifícios não estariam onde estão e estão convencidas de que suas experiências profissionais as tornaram melhores mães e fizeram seus filhos crescer. Para muitas delas foi fundamental saber estabelecer prioridades claras e agir de acordo com elas.
  • É perfeitamente possível conciliar a vida pessoal com a profissional. Você não precisa desistir de uma para ter sucesso na outra. Mas é preciso saber se posicionar sem vitimizações e assumir que existe uma vida para além da carreira profissional.
Foi fundamental ter uma família que entende e aceita; e que assume os sacrifícios que o meu sucesso profissional implica.
  • Têm consciência do forte desequilíbrio entre os aspectos pessoais e profissionais de suas vidas nas fases iniciais de carreira, porém, têm consciência das escolhas que fizeram naquele momento e seus sacrifícios foram, em muitos casos, recompensados.
  • Elas esperam ser reconhecidas financeiramente de uma forma natural e não terem que pedir ou lutar por isso.
  • Em muitas ocasiões, são as próprias executivas quem limitam seu próprio crescimento, principalmente devido às responsabilidades familiares. No entanto, as mulheres que optam por uma carreira executiva tendem a estruturar suas vidas pessoais, otimizando o tempo e a qualidade com suas famílias de forma pragmática e alcançando um equilíbrio saudável.
¡Mulheres, atrevam-se! Não tenham medo, não têm que abandonar as suas famílias; sim é possível e temos a capacidade para fazer as duas coisas.
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DESENVOLVIMENTO

As mulheres tendem a ser exigentes com a educação, seja qual for seu universo de trabalho. Eles ambicionam alto e elevam a fasquia em tudo o que fazem, para além de investirem no seu desenvolvimento e formação sempre que podem.
  • Na visão da grande maioria das executivas entrevistadas, uma sólida formação de base e acadêmica são essenciais para o sucesso profissional; este é o pano de fundo que permitirá que se destaquem e se distanciem da vulgaridade e da mediocridade.
  • As mulheres planejam suas carreiras, assumem o controle de si mesmas e não seguem o fluxo. Eles valorizam a experiência internacional pelo que ela contribui para o desenvolvimento de uma visão abrangente e global dos negócios.
  • O erro está em querer se comparar aos homens; somos diferentes e, como tal, temos diferentes pontos fortes e áreas de desenvolvimento; a riqueza está em reconhecer essas diferenças e em aproveitar sua complementaridade.
  • Algumas das executivas com quem conversámos concordam que no início de suas carreiras, e sendo, em alguns dos casos, a única mulher em um papel de liderança, foi útil adquirir um certo estilo de comunicação mais rude e até masculino, além de falar normalmente sobre temas que os homens gostam de falar. Essas mesmas mulheres, que desenvolveram a capacidade de se integrar, reconhecem que, com o tempo, internalizaram o valor da vulnerabilidade e da empatia, por exemplo, para criar melhores equipes de trabalho.
Tive que aprender a gostar de futebol para poder ser aceita no Comité de Direção
  • A maioria concorda que os limites são definidos por elas próprias; você tem que buscar e aproveitar as oportunidades, assumindo o controle e a responsabilidade pelo planejamento e estruturação da sua carreira e do seu futuro.
  • Muitas executivas acreditam e reconhecem que há um número crescente de setores e de empresas, em muitas sociedades, que estão fazendo esforços significativos para facilitar uma evolução positiva da presença de mulheres em cargos executivos, mas ainda há um longo caminho a percorrer.
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MENTORING

A grande maioria destas líderes de referência reconhece que tiveram pais, chefes, coaches, mentores e amigos que as guiaram e contribuíram para sua autoconfiança.
  • A grande maioria das executivas entrevistadas considerou como de extrema importância o papel que chefes exigentes tiveram em seu desenvolvimento profissional e o importante que é trabalhar com pessoas com quem é possível aprender e que estejam dispostos a ensinar.
  • É de enorme importância desenvolver e manter uma boa rede de contatos e de relacionamentos com outros profissionais ao longo da vida; um caminho de sucesso não se constrói sozinho.
Nós, mulheres, estamos over mentored e, ao mesmo tempo, under sponsored
  • Algumas das executivas entrevistadas destacaram terem crescido e terem sido educadas em ambientes familiares patriarcais e, em alguns casos, conservadores onde o papel da mulher era desvalorizado ou minimizado quando comparado ao dos homens. No caso destas executivas este foi o fator determinante para que elas procurassem encontrar seu espaço, serem autônomas e independentes e, sobretudo, se valorizassem como mulheres.
  • Para as executivas que hoje exercem funções de liderança foi fundamental saberem, com clareza, o que as move e, a partir daí, o tipo de organização onde realmente se sentem confortáveis, fazendo algo que faça sentido para elas de forma a gerar real valor para a Organização.
  • Muitas das mulheres com quem conversámos passaram por fortes acontecimentos a nível pessoal e que foram decisivos para o desenvolvimento de sua resiliência e força emocional, e que, por sua vez, acabaram por ser fundamentais para o desenvolvimento das suas carreiras.

Em nossas valiosas conversas com este grupo de destacadas líderes Latino-americanas, encontrámos características e valores comuns a todas elas que, para além de moldar seu caráter e temperamento, contribuíram decisivamente para sua ascensão profissional até chegarem às posições que hoje ocupam.A curiosidade e a criatividade sempre estiveram presentes, assim como os elevados níveis de exigência e a procura constante pela excelência, movidas pela coragem e por uma determinação férrea; tudo sob a égide de elevados valores de transparência e ética.Compromisso, esforço, honestidade intelectual, energia inesgotável, capacidade de ocupar múltiplos papéis e sempre, proporcionando uma perspectiva diferente e complementar à visão tradicional das coisas, enriquecendo e agregando valor às organizações.